Cientistas de Hong Kong sequenciaram o genoma (conjunto de genes de uma determinada espécie) completo de um feto utilizando apenas uma amostra de sangue da mãe. A técnica serviu para verificar se a criança sofria de beta-talassemia - forma hereditária de anemia - e poderá substituir métodos invasivos de diagnóstico pré-natal. O plasma - líquido onde as células do sangue permanecem suspensas - forneceu o DNA usado no estudo.
Até agora, os métodos mais confiáveis para detectar anomalias genéticas potenciais nos fetos representam um risco para a criança, porque obrigam os médicos a retirar tecidos do feto perfurando o útero.
Pesquisas anteriores já mostravam que o plasma materno contém pedaços soltos do DNA do feto circulando ao lado do DNA livre da mãe. Mas se suspeitava que a união desses fragmentos pudesse oferecer um mapa incompleto do genoma. Os pesquisadores comprovaram que os genomas completos do feto e da mãe estão representados nos pedaços flutuantes de material genético do plasma.
Cerca de 10% do DNA livre no plasma pertencia ao feto. Informações genéticas da mãe e do pai serviram como "andaimes" para encaixar os fragmentos do DNA do filho em um genoma completo.
Um passo muito complicado foi separar o DNA materno e fetal. Identificar o DNA fetal herdado do pai é mais simples, pois ele é diferente do DNA da mãe. Já o DNA do feto herdado da mãe é um desafio maior: como diferenciá-lo do material genético propriamente materno, também presente no plasma?
Além de recorrer a complexos métodos estatísticos, os pesquisadores utilizaram um artifício: os pais que participaram do estudo recorreram também a um exame tradicional e invasivo, em que uma amostra de tecido foi coletada diretamente do feto. Os dados obtidos com base nesse exame serviram para alimentar os programas de computador que deduziram a herança materna no genoma da criança.
Obviamente, em um caso real, não seria possível usar a mesma estratégia. No pior cenário, seria possível reconstituir apenas a metade do genoma que corresponde à herança paterna. De qualquer forma, os autores dizem que a herança materna também poderia ser deduzida por comparação com a informação do genoma de outros familiares.
Espaço Patologia junto a Enfermagem
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Centros de saúde e farmácias com nota negativa sobre pílula do dia seguinte
A avaliação ao atendimento a jovens que se dirigem a unidades de saúde e farmácias para pedir a pílula do dia seguinte notou falhas graves na lei. Ao todo foram analisados 35 centros de saúde e unidades de saúde familiar (USF) e 88 farmácias.
A DECO contactou jovens entre os 14 e os 18 anos para fazerem visitas anónimas a centros de saúde e unidades de saúde familiar. Das 35 USF, 19 unidades barraram a entrada, alegando que as jovens não estavam inscritas no local.
No caso das 88 farmácias, as falhas foram notadas sobretudo ao nível da informação. A maioria das jovens saiu do estabelecimento sem aconselhamento para tomar a pílula do dia seguinte ou sobre prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
As jovens visitaram ainda cinco gabinetes do Instituto Português da Juventude, mas apenas o de Leiria as recebeu. Em Coimbra, Faro e Porto, os centros não tinham um responsável que prestasse o serviço, mas recomendaram outros locais adequados para o acto. Já em Braga, não houve qualquer atendimento ou orientação.
A DECO exige um maior empenho neste caso, tendo em conta que Portugal é o segundo país da União Europeia com mais mães adolescentes.
A associação revela que "todos os profissionais têm responsabilidade de informar os jovens sobre sexualidade segura e métodos para prevenir a gravidez, sobretudo, quando estes procuram os serviços
A DECO contactou jovens entre os 14 e os 18 anos para fazerem visitas anónimas a centros de saúde e unidades de saúde familiar. Das 35 USF, 19 unidades barraram a entrada, alegando que as jovens não estavam inscritas no local.
No caso das 88 farmácias, as falhas foram notadas sobretudo ao nível da informação. A maioria das jovens saiu do estabelecimento sem aconselhamento para tomar a pílula do dia seguinte ou sobre prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
As jovens visitaram ainda cinco gabinetes do Instituto Português da Juventude, mas apenas o de Leiria as recebeu. Em Coimbra, Faro e Porto, os centros não tinham um responsável que prestasse o serviço, mas recomendaram outros locais adequados para o acto. Já em Braga, não houve qualquer atendimento ou orientação.
A DECO exige um maior empenho neste caso, tendo em conta que Portugal é o segundo país da União Europeia com mais mães adolescentes.
A associação revela que "todos os profissionais têm responsabilidade de informar os jovens sobre sexualidade segura e métodos para prevenir a gravidez, sobretudo, quando estes procuram os serviços
Um coração saudável está nos genes ou no estilo de vida?
Coração sob controle
A saúde cardiovascular a partir da meia-idade é uma herança dos seus genes ou é algo que dependa do seu estilo de vida, estando portanto dentro do seu controle?
Dois grandes estudos, realizados na Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, confirmaram que um estilo de vida saudável tem impacto muito maior sobre a saúde cardiovascular do que a herança genética.
O outro estudo testou diretamente a questão genética, e também mostrou que a saúde cardiovascular é devida principalmente ao estilo de vida e aos comportamentos saudáveis, e não à hereditariedade.
Os dois trabalhos foram apresentados na semana passada durante a reunião anual da Associação Americana do Coração, em Chicago.
Como manter o coração saudável
O primeiro estudo revela que a maioria das pessoas que adotaram comportamentos de vida saudáveis no início da vida adulta mantiveram um baixo risco cardiovascular na meia-idade.
Os cinco comportamentos saudáveis mais importantes são:
"Os comportamentos saudáveis podem superar a maior parte da sua genética," disse o Dr. Donald Lloyd-Jones, um dos autores dos estudos. "Esta pesquisa mostra que as pessoas têm controle sobre sua saúde cardíaca. Quanto mais cedo eles começarem a fazer escolhas saudáveis, maior probabilidade terão de manter um perfil de baixo risco para doenças cardíacas."
Comportamento de alto risco
O primeiro estudo investigou por que muitos adultos jovens, que apresentam um perfil de baixo risco para doenças cardíacas, saltam para a categoria de alto risco na meia-idade, apresentando pressão arterial elevada, colesterol alto e excesso de peso.
Essa piora no estado de saúde é resultado de mudanças no estilo de vida, conclui o estudo.
Mais da metade dos jovens que seguiram os cinco fatores de estilo de vida saudável ao longo de 20 anos foram capazes de manter seu perfil de baixo risco para a doença cardíaca na meia-idade.
Há grandes benefícios em chegar à meia-idade com um perfil de baixo risco para doença cardíaca. Essas pessoas vão viver muito mais tempo, terão uma melhor qualidade de vida e gastarão menos com saúde.
Um perfil de baixo risco significa ter colesterol baixo, pressão arterial normal, não fumar, não ter diabetes, fazer atividades físicas regulares, ter uma dieta saudável e não ter excesso de peso.
Saúde cardiovascular
O segundo estudo monitorou três gerações de famílias para determinar se a saúde cardiovascular é herdada ou não.
A "herdabilidade", conforme foi definida no estudo, inclui não apenas uma combinação de fatores genéticos, mas também os efeitos de um ambiente compartilhado, como os tipos de alimentos que são servidos em uma família.
O estudo descobriu que apenas uma pequena proporção da saúde cardiovascular é passada de pai para filho. A maior parte da saúde cardiovascular é devida ao estilo de vida e aos comportamentos saudáveis assumidos por cada membro da família.
"O que você faz e como você vive vai ter um impacto maior sobre sua saúde cardiovascular do que seus genes ou como você foi criado," explica Norrina Allen, principal autora do estudo.
A saúde cardiovascular a partir da meia-idade é uma herança dos seus genes ou é algo que dependa do seu estilo de vida, estando portanto dentro do seu controle?
Dois grandes estudos, realizados na Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, confirmaram que um estilo de vida saudável tem impacto muito maior sobre a saúde cardiovascular do que a herança genética.
O outro estudo testou diretamente a questão genética, e também mostrou que a saúde cardiovascular é devida principalmente ao estilo de vida e aos comportamentos saudáveis, e não à hereditariedade.
Os dois trabalhos foram apresentados na semana passada durante a reunião anual da Associação Americana do Coração, em Chicago.
Como manter o coração saudável
O primeiro estudo revela que a maioria das pessoas que adotaram comportamentos de vida saudáveis no início da vida adulta mantiveram um baixo risco cardiovascular na meia-idade.
Os cinco comportamentos saudáveis mais importantes são:
- não fumar;
- pouca ou nenhuma ingestão de álcool;
- controle do peso;
- atividades físicas e
- dieta saudável.
"Os comportamentos saudáveis podem superar a maior parte da sua genética," disse o Dr. Donald Lloyd-Jones, um dos autores dos estudos. "Esta pesquisa mostra que as pessoas têm controle sobre sua saúde cardíaca. Quanto mais cedo eles começarem a fazer escolhas saudáveis, maior probabilidade terão de manter um perfil de baixo risco para doenças cardíacas."
Comportamento de alto risco
O primeiro estudo investigou por que muitos adultos jovens, que apresentam um perfil de baixo risco para doenças cardíacas, saltam para a categoria de alto risco na meia-idade, apresentando pressão arterial elevada, colesterol alto e excesso de peso.
Essa piora no estado de saúde é resultado de mudanças no estilo de vida, conclui o estudo.
Mais da metade dos jovens que seguiram os cinco fatores de estilo de vida saudável ao longo de 20 anos foram capazes de manter seu perfil de baixo risco para a doença cardíaca na meia-idade.
Há grandes benefícios em chegar à meia-idade com um perfil de baixo risco para doença cardíaca. Essas pessoas vão viver muito mais tempo, terão uma melhor qualidade de vida e gastarão menos com saúde.
Um perfil de baixo risco significa ter colesterol baixo, pressão arterial normal, não fumar, não ter diabetes, fazer atividades físicas regulares, ter uma dieta saudável e não ter excesso de peso.
Saúde cardiovascular
O segundo estudo monitorou três gerações de famílias para determinar se a saúde cardiovascular é herdada ou não.
A "herdabilidade", conforme foi definida no estudo, inclui não apenas uma combinação de fatores genéticos, mas também os efeitos de um ambiente compartilhado, como os tipos de alimentos que são servidos em uma família.
O estudo descobriu que apenas uma pequena proporção da saúde cardiovascular é passada de pai para filho. A maior parte da saúde cardiovascular é devida ao estilo de vida e aos comportamentos saudáveis assumidos por cada membro da família.
"O que você faz e como você vive vai ter um impacto maior sobre sua saúde cardiovascular do que seus genes ou como você foi criado," explica Norrina Allen, principal autora do estudo.
Profissionais de saúde discutem importância do parto normal e da amamentação
A importância do parto normal e da amamentação para a saúde de mães e bebês foi alvo de discussões e apresentação de vídeos hoje (28), em Brasília, na 3ª Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento.
O evento continua até a próxima terça-feira (30).
O professor de medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Chaves, criticou o fato de muitos médicos recorrerem a operações cesarianas.
O recurso, segundo ele, "está virando uma cultura, quando se sabe que é muito melhor para a mulher se ela tiver parto normal e também para os bebês".
Malefício da cesariana
Para Elza Giugliane, da área de apoio à criança e à amamentação, do Ministério da Saúde, "o malefício da cesariana virou rotina e tem repercussão negativa também no âmbito psíquico da mulher". A cirurgia "não pode ter como critério a conveniência da parte do profissional de saúde ou da mãe, mas, sim, conforme a viabilidade clínica, a necessidade".
Segundo ela, a amamentação da criança nas primeiras horas depois do nascimento é fundamental para a saúde do bebê, pois 20% daquelas que não são amamentadas pela mãe desenvolvem com mais facilidade o diabetes.
A epidemiologista Maria do Carmo Leal afirmou que, atualmente, "até os hospitais privados se preocupam com os efeitos danosos da cesariana" pois as crianças têm que ficar muitas horas nas unidades de Terapia Intensiva (UTIs) quando há complicações nesse tipo de parto.
Sete vezes mais morte nas cesarianas
O professor da Universidade de Campinas, Hugo Sabatino, afirmou que há sete vezes mais casos de mortes nas cesarianas do que nos partos normais e 35 vezes mais complicações no parto cirúrgico.
"Operar uma mulher para que ela tenha um filho é uma violência contra ela e contra a criança que vai nascer, o que, muitas vezes, acontece prematuramente," diz ele.
O encontro está sendo promovido pelo Ministério da Saúde com apoio da organização da sociedade civil Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa).
O evento continua até a próxima terça-feira (30).
O professor de medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Chaves, criticou o fato de muitos médicos recorrerem a operações cesarianas.
O recurso, segundo ele, "está virando uma cultura, quando se sabe que é muito melhor para a mulher se ela tiver parto normal e também para os bebês".
Malefício da cesariana
Para Elza Giugliane, da área de apoio à criança e à amamentação, do Ministério da Saúde, "o malefício da cesariana virou rotina e tem repercussão negativa também no âmbito psíquico da mulher". A cirurgia "não pode ter como critério a conveniência da parte do profissional de saúde ou da mãe, mas, sim, conforme a viabilidade clínica, a necessidade".
Segundo ela, a amamentação da criança nas primeiras horas depois do nascimento é fundamental para a saúde do bebê, pois 20% daquelas que não são amamentadas pela mãe desenvolvem com mais facilidade o diabetes.
A epidemiologista Maria do Carmo Leal afirmou que, atualmente, "até os hospitais privados se preocupam com os efeitos danosos da cesariana" pois as crianças têm que ficar muitas horas nas unidades de Terapia Intensiva (UTIs) quando há complicações nesse tipo de parto.
Sete vezes mais morte nas cesarianas
O professor da Universidade de Campinas, Hugo Sabatino, afirmou que há sete vezes mais casos de mortes nas cesarianas do que nos partos normais e 35 vezes mais complicações no parto cirúrgico.
"Operar uma mulher para que ela tenha um filho é uma violência contra ela e contra a criança que vai nascer, o que, muitas vezes, acontece prematuramente," diz ele.
O encontro está sendo promovido pelo Ministério da Saúde com apoio da organização da sociedade civil Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa).
Fonte;http://www.diariodasaude.com.br
Proteína ligada ao Alzheimer pode viajar para o cérebro
Cientistas alemães descobriram que tecidos de fora do cérebro, contendo a proteína beta-amilóide, podem viajar pelo corpo e "infectar" o cérebro.
Os depósitos de proteínas patológicas - com dobramentos anormais - têm sido fortemente ligados à gênese da doença neurodegenerativa denominada doença de Alzheimer.
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, que começa em idade avançada e cujos sintomas pioram gradualmente. Ela é incurável e os cientistas ainda estão largamente no escuro sobre o que causa o distúrbio.
Na maioria das vezes, a doença de Alzheimer é diagnosticada em pessoas com mais de 65 anos de idade, embora mais raramente possa haver um início precoce.
Há mais de 27 milhões de portadores de doença de Alzheimer no mundo e estima-se que ela irá afetar uma em cada 85 pessoas no mundo até 2050.
Proteína Abeta
Neste último estudo, publicado na revista Science, cientistas da Universidade de Tübingen e do Centro Alemão para Doenças Neurodegenerativas injetaram tecido cerebral contendo amilóide, retirado de ratos mais velhos, no abdome de ratos mais jovens.
Vários meses após as injeções, os animais mais jovens apresentaram evidências da proteína amilóide no cérebro.
A doença de Alzheimer, e uma desordem vascular cerebral chamada Angiopatia Beta-amilóide Cerebral, são caracterizadas pelo acúmulo de um fragmento de proteína conhecido como Abeta.
Na doença de Alzheimer, a Abeta com problema de dobramento é depositada principalmente nas chamadas placas amilóides, enquanto na Angiopatia Beta-amilóide Cerebral a proteína Abeta gruda nas paredes dos vasos sanguíneos, interferindo com a sua função e, em alguns casos, fazendo com que se rompam, causando hemorragia intra-cerebral.
Suspeitas
"A constatação de que existem mecanismos que permitem o transporte de agregados Abeta da periferia para o cérebro levanta a questão de se a agregação e a propagação de proteínas, que também podem estar envolvidas em outras doenças cerebrais degenerativas, podem ser induzidas por agentes originários da periferia," comentou o professor Mathias Jucker, coordenador da pesquisa.
Ele e seus colegas também sugerem que a proteína amilóide pode ter qualidades do príon. Os príons são feitos principalmente de proteína e podem ser transmitidos para desencadear doenças do cérebro, como a doença de Creutzfeldt-Jakob, o chamado mal da vaca louca.
No entanto, eles disseram que "apesar desta observação notável e das aparentes semelhanças entre o mecanismo da doença de Alzheimer e das doenças de príon, não há evidências de que a doença de Alzheimer ou a Angiopatia Amilóide Cerebral sejam transmitidas entre mamíferos ou seres humanos da mesma forma que as doenças de príon."
Por outro lado, os cientistas acrescentam que os resultados fornecem novas pistas sobre os mecanismos patogênicos subjacentes à doença de Alzheimer, acrescentando que uma investigação mais aprofundada provavelmente levará a novas estratégias de prevenção e tratamento.
Os depósitos de proteínas patológicas - com dobramentos anormais - têm sido fortemente ligados à gênese da doença neurodegenerativa denominada doença de Alzheimer.
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, que começa em idade avançada e cujos sintomas pioram gradualmente. Ela é incurável e os cientistas ainda estão largamente no escuro sobre o que causa o distúrbio.
Na maioria das vezes, a doença de Alzheimer é diagnosticada em pessoas com mais de 65 anos de idade, embora mais raramente possa haver um início precoce.
Há mais de 27 milhões de portadores de doença de Alzheimer no mundo e estima-se que ela irá afetar uma em cada 85 pessoas no mundo até 2050.
Proteína Abeta
Neste último estudo, publicado na revista Science, cientistas da Universidade de Tübingen e do Centro Alemão para Doenças Neurodegenerativas injetaram tecido cerebral contendo amilóide, retirado de ratos mais velhos, no abdome de ratos mais jovens.
Vários meses após as injeções, os animais mais jovens apresentaram evidências da proteína amilóide no cérebro.
A doença de Alzheimer, e uma desordem vascular cerebral chamada Angiopatia Beta-amilóide Cerebral, são caracterizadas pelo acúmulo de um fragmento de proteína conhecido como Abeta.
Na doença de Alzheimer, a Abeta com problema de dobramento é depositada principalmente nas chamadas placas amilóides, enquanto na Angiopatia Beta-amilóide Cerebral a proteína Abeta gruda nas paredes dos vasos sanguíneos, interferindo com a sua função e, em alguns casos, fazendo com que se rompam, causando hemorragia intra-cerebral.
Suspeitas
"A constatação de que existem mecanismos que permitem o transporte de agregados Abeta da periferia para o cérebro levanta a questão de se a agregação e a propagação de proteínas, que também podem estar envolvidas em outras doenças cerebrais degenerativas, podem ser induzidas por agentes originários da periferia," comentou o professor Mathias Jucker, coordenador da pesquisa.
Ele e seus colegas também sugerem que a proteína amilóide pode ter qualidades do príon. Os príons são feitos principalmente de proteína e podem ser transmitidos para desencadear doenças do cérebro, como a doença de Creutzfeldt-Jakob, o chamado mal da vaca louca.
No entanto, eles disseram que "apesar desta observação notável e das aparentes semelhanças entre o mecanismo da doença de Alzheimer e das doenças de príon, não há evidências de que a doença de Alzheimer ou a Angiopatia Amilóide Cerebral sejam transmitidas entre mamíferos ou seres humanos da mesma forma que as doenças de príon."
Por outro lado, os cientistas acrescentam que os resultados fornecem novas pistas sobre os mecanismos patogênicos subjacentes à doença de Alzheimer, acrescentando que uma investigação mais aprofundada provavelmente levará a novas estratégias de prevenção e tratamento.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Vacina contra pneumococos
A vacina contra pneumococos é constituída de polissacarídeos purificados de Streptococcus pneumoniae dos seguintes sorotipos: 1, 2, 3, 4, 5, 6B, 7F, 8, 9N, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 17F, 18C, 19A, 19F, 20, 22F, 23F e 33F.
É uma vacina polivalente, preparada a partir de polissacarídeos capsulares bacterianos purificados, não contendo nenhum componente viável. Ela é indicada como agente imunizante contra infecções pneumocócicas causadas por qualquer dos 23 sorotipos de Streptococus pneumoniae incluídos na vacina, os quais são responsáveis por cerca de 80 a 90% das doenças pneumocócicas graves, tais como pneumonias, meningites, bacteremias e septicemias.
É aplicada pela via intramuscular ou subcutânea, em dose única de 0,5 ml. Indicada para crianças acima dos dois anos de idade pertencentes aos grupos de risco de contrair infecção pneumocócica. São eles: doentes com anemia falciforme, asplenia anatômica ou funcional, esplenectomizados, síndrome nefrótica e doença de Hodgkin. Em adultos é indicada nas seguintes situações: doença cardiopulmonar crônica, doença renal ou hepática e mesmo nos indivíduos sadios acima de 65 anos. Nos doentes que irão se submeter a esplenectomia eletiva, a vacina deve ser administrada 14 dias antes da cirurgia.
As reações são discretas, do tipo eritema e dor local. Febre, mialgia e reações locais graves ocorrem em menos de 1% dos adultos vacinados.
A proteção conferida às crianças menores de dois anos não é das melhores e não está bem estabelecida. Neste caso a vacinação não está indicada, devido às reações colaterais, embora nos doentes falcêmicos e asplênicos devam ser pesados os riscos e benefícios advindos da vacinação.
É uma vacina polivalente, preparada a partir de polissacarídeos capsulares bacterianos purificados, não contendo nenhum componente viável. Ela é indicada como agente imunizante contra infecções pneumocócicas causadas por qualquer dos 23 sorotipos de Streptococus pneumoniae incluídos na vacina, os quais são responsáveis por cerca de 80 a 90% das doenças pneumocócicas graves, tais como pneumonias, meningites, bacteremias e septicemias.
É aplicada pela via intramuscular ou subcutânea, em dose única de 0,5 ml. Indicada para crianças acima dos dois anos de idade pertencentes aos grupos de risco de contrair infecção pneumocócica. São eles: doentes com anemia falciforme, asplenia anatômica ou funcional, esplenectomizados, síndrome nefrótica e doença de Hodgkin. Em adultos é indicada nas seguintes situações: doença cardiopulmonar crônica, doença renal ou hepática e mesmo nos indivíduos sadios acima de 65 anos. Nos doentes que irão se submeter a esplenectomia eletiva, a vacina deve ser administrada 14 dias antes da cirurgia.
As reações são discretas, do tipo eritema e dor local. Febre, mialgia e reações locais graves ocorrem em menos de 1% dos adultos vacinados.
A proteção conferida às crianças menores de dois anos não é das melhores e não está bem estabelecida. Neste caso a vacinação não está indicada, devido às reações colaterais, embora nos doentes falcêmicos e asplênicos devam ser pesados os riscos e benefícios advindos da vacinação.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Embolia pulmonar é fatal em 22% das internações
A cada dez pessoas que dão entrada num hospital público por causa de embolia pulmonar (EP), pelo menos duas delas irão morrer. De acordo com o Datasus, do Ministério da Saúde, entre setembro de 2009 e agosto de 2010 (período de um ano), das 4.963 pessoas hospitalizadas no SUS, 1.087 morreram (21,9%). Apesar da alta taxa de mortalidade da doença, uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (26) mostrou que a embolia pulmonar é desconhecida por 78% dos brasileiros.
O levantamento foi realizado pelo Ibope a pedido da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Dentre os 1.008 entrevistados, 39% já tinham ouvido falar da doença, mas não sabiam do que se tratava, enquanto outros 39% sequer conheciam a enfermidade.
O poder de morte da embolia pulmonar (21,9%) é maior do que o de outras doenças mais conhecidas, como o infarto agudo do miocárdio (com 12,8% de taxa de mortalidade), a tuberculose pulmonar (6,9%) e o mal de Alzheimer (18,8%).
A embolia pulmonar é uma complicação de outra doença: a trombose. O tromboembolismo venoso (TEV) ocorre quando um coágulo (trombo) bloqueia a circulação sanguínea. Quando esses trombos se fixam dentro de vasos profundos da perna, coxa ou pelve – os membros inferiores concentram 90% dos casos – a doença é chamada de trombose venosa profunda (TVP). Os sintomas mais comuns são inchaço da perna, endurecimento da panturrilha (empastamento) e aparecimento de veias e varizes.
O tratamento da TVP ocorre por meio de anticoagulantes que impedem o crescimento do trombo e a formação de novos coágulos. No entanto, se essa doença não for identificada e tratada, o trombo pode cair na corrente sanguínea e atingir o pulmão, bloqueando as artérias pulmonares – configurando a embolia pulmonar. Dependendo da obstrução provocada pelo êmbolo, os sintomas vão desde dificuldades na respiração até a morte (veja mais no infográfico abaixo).
Riscos maiores nos hospitais
Segundo o presidente da SBACV, Guilherme Pitta, é importante impedir a progressão da trombose e reduzir as dores e edemas para evitar sequelas e complicações, como a embolia pulmonar. O médico lista uma série de fatores de risco que aumentam as chances de uma pessoa desenvolver os trombos: AVC, câncer, infarto, tabagismo, idade superior a 40 anos, reposição hormonal, quimioterapia, gravidez, pós-parto, obesidade, presença de varizes, dentre outros.
Mas a situação que aumenta de forma significativa as chances de tromboembolismo venoso são as cirurgias, em especial aquelas que reduzem a mobilidade do paciente. De acordo com a pneumologista Ana Thereza Rocha, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), o TEV ocorre mais frequentemente nos hospitais.
- Uma vez no hospital, o paciente precisa alertar seu médico [sobre os fatores de risco]. E o hospital precisa identificar o risco de TEV em todos os pacientes internados.
O acompanhamento dos hospitais, no entanto, está abaixo do esperado. Ana Thereza cita um estudo chamado Endorse, que foi feito em 2008 em 32 países. No Brasil, 1.295 pacientes de 12 hospitais foram avaliados. Os resultados mostraram que, apesar de 56% deles serem candidatos a desenvolver TEV, somente 51% recebiam o tratamento adequado.
- O TEV é assintomático em 80% dos casos. As dificuldades diagnósticas são múltiplas, por isso é importante a prevenção.
Segundo o coordenador de pneumologia da Rede D’Or Hospitais, João Pantoja, os riscos não são exclusivos do período de internação no hospital. Ele afirma que, mesmo quando os pacientes que passam por cirurgia deixam o hospital, é preciso manter o acompanhamento e o tratamento adequado com anticoagulantes para impedir a formação dos trombos.
Desconhecimento da população
Diante desse cenário de desconhecimento, a SBACV e a SBPT resolveram fazer o levantamento para identificar o grau de conhecimento dos brasileiros a respeito da trombose, tanto da trombose venosa profunda como de sua mais grave consequência, a embolia pulmonar.
O estudo revelou que a população não tem informações suficientes sobre a trombose e desconhecem os riscos de desenvolver a doença. Apesar de 56% da população afirmar que já ouviu falar da trombose, 57% desconhece seus sintomas e consequências. A embolia pulmonar é ainda mais desconhecida, com 78% dos brasileiros sem nenhum tipo de informação.
De acordo com Pitta, os resultados mostram que é preciso aumentar a conscientização da população sobre a doença.
- [Isso vai permitir] cobrarmos mais ações preventivas por parte dos hospitais, investir em programas de ação continuada, para identificar pacientes sob o risco de TEV no ambiente hospitalar e implementar a prevenção adequada. Estas medidas podem ajudar a evitar vários óbitos.
É consenso dos especialistas que, com a população mais informada, ela poderá interferir nos fatores de risco e alertar os profissionais de saúde sobre suas condições. Ainda assim, o diretor clínico do Hospital São Camilo, José Ribamar Branco, afirma que a responsabilidade por manter a segurança dos pacientes é das instituições de saúde.
- Os hospitais precisam gerenciar isso e identificar os pacientes de risco.
Por :Diego Junqueira, do R7
Fonte :http://noticias.r7.com/saude/noticias/embolia-pulmonar-e-fatal-em-22-das-internacoes-20101027.html
O levantamento foi realizado pelo Ibope a pedido da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Dentre os 1.008 entrevistados, 39% já tinham ouvido falar da doença, mas não sabiam do que se tratava, enquanto outros 39% sequer conheciam a enfermidade.
O poder de morte da embolia pulmonar (21,9%) é maior do que o de outras doenças mais conhecidas, como o infarto agudo do miocárdio (com 12,8% de taxa de mortalidade), a tuberculose pulmonar (6,9%) e o mal de Alzheimer (18,8%).
A embolia pulmonar é uma complicação de outra doença: a trombose. O tromboembolismo venoso (TEV) ocorre quando um coágulo (trombo) bloqueia a circulação sanguínea. Quando esses trombos se fixam dentro de vasos profundos da perna, coxa ou pelve – os membros inferiores concentram 90% dos casos – a doença é chamada de trombose venosa profunda (TVP). Os sintomas mais comuns são inchaço da perna, endurecimento da panturrilha (empastamento) e aparecimento de veias e varizes.
O tratamento da TVP ocorre por meio de anticoagulantes que impedem o crescimento do trombo e a formação de novos coágulos. No entanto, se essa doença não for identificada e tratada, o trombo pode cair na corrente sanguínea e atingir o pulmão, bloqueando as artérias pulmonares – configurando a embolia pulmonar. Dependendo da obstrução provocada pelo êmbolo, os sintomas vão desde dificuldades na respiração até a morte (veja mais no infográfico abaixo).
Riscos maiores nos hospitais
Segundo o presidente da SBACV, Guilherme Pitta, é importante impedir a progressão da trombose e reduzir as dores e edemas para evitar sequelas e complicações, como a embolia pulmonar. O médico lista uma série de fatores de risco que aumentam as chances de uma pessoa desenvolver os trombos: AVC, câncer, infarto, tabagismo, idade superior a 40 anos, reposição hormonal, quimioterapia, gravidez, pós-parto, obesidade, presença de varizes, dentre outros.
Mas a situação que aumenta de forma significativa as chances de tromboembolismo venoso são as cirurgias, em especial aquelas que reduzem a mobilidade do paciente. De acordo com a pneumologista Ana Thereza Rocha, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), o TEV ocorre mais frequentemente nos hospitais.
- Uma vez no hospital, o paciente precisa alertar seu médico [sobre os fatores de risco]. E o hospital precisa identificar o risco de TEV em todos os pacientes internados.
O acompanhamento dos hospitais, no entanto, está abaixo do esperado. Ana Thereza cita um estudo chamado Endorse, que foi feito em 2008 em 32 países. No Brasil, 1.295 pacientes de 12 hospitais foram avaliados. Os resultados mostraram que, apesar de 56% deles serem candidatos a desenvolver TEV, somente 51% recebiam o tratamento adequado.
- O TEV é assintomático em 80% dos casos. As dificuldades diagnósticas são múltiplas, por isso é importante a prevenção.
Segundo o coordenador de pneumologia da Rede D’Or Hospitais, João Pantoja, os riscos não são exclusivos do período de internação no hospital. Ele afirma que, mesmo quando os pacientes que passam por cirurgia deixam o hospital, é preciso manter o acompanhamento e o tratamento adequado com anticoagulantes para impedir a formação dos trombos.
Desconhecimento da população
Diante desse cenário de desconhecimento, a SBACV e a SBPT resolveram fazer o levantamento para identificar o grau de conhecimento dos brasileiros a respeito da trombose, tanto da trombose venosa profunda como de sua mais grave consequência, a embolia pulmonar.
O estudo revelou que a população não tem informações suficientes sobre a trombose e desconhecem os riscos de desenvolver a doença. Apesar de 56% da população afirmar que já ouviu falar da trombose, 57% desconhece seus sintomas e consequências. A embolia pulmonar é ainda mais desconhecida, com 78% dos brasileiros sem nenhum tipo de informação.
De acordo com Pitta, os resultados mostram que é preciso aumentar a conscientização da população sobre a doença.
- [Isso vai permitir] cobrarmos mais ações preventivas por parte dos hospitais, investir em programas de ação continuada, para identificar pacientes sob o risco de TEV no ambiente hospitalar e implementar a prevenção adequada. Estas medidas podem ajudar a evitar vários óbitos.
É consenso dos especialistas que, com a população mais informada, ela poderá interferir nos fatores de risco e alertar os profissionais de saúde sobre suas condições. Ainda assim, o diretor clínico do Hospital São Camilo, José Ribamar Branco, afirma que a responsabilidade por manter a segurança dos pacientes é das instituições de saúde.
- Os hospitais precisam gerenciar isso e identificar os pacientes de risco.
Por :Diego Junqueira, do R7
Fonte :http://noticias.r7.com/saude/noticias/embolia-pulmonar-e-fatal-em-22-das-internacoes-20101027.html
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